Claudemir Pereira

São cinco candidatos competitivos a prefeito. Mas eles podem virar três

Aqui já se escreveu haver pelo menos cinco candidatos competitivos, para valer, a ocupar o gabinete principal do Centro Administrativo Municipal. Enfim, os concorrentes seriam, a saber, na ordem alfabética: Giuseppe Riesgo, Paulo Burmann, Roberto (Beto) Fantinel, Rodrigo Decimo e Valdeci Oliveira. Sim, há outros que podem e talvez se apresentem. Mas nenhum com o conjunto de apoios deste quinteto.


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Dito isto, a questão é: serão mesmo todos candidatos? Não basta haver condições políticas, o que inclui desde valores intangíveis, como “nome”, história, apoio interno e externo, entre outras, até algumas bem mais objetivas e mensuráveis. Exemplo? Falta de recursos para bancar a campanha. Sim, “mônei, troco, bufunfa, pila”. Sem isso, e em balaio razoável, nenhuma candidatura se viabiliza.

 
Pois então... Aí é que a porca começa a torcer o rabo. Desse conjunto de candidatos, dois, por serem considerados favoritos por quem observa a política, podem ter problemas (e talvez o tenham), mas não será a falta de verba. Casos específicos de Rodrigo Decimo (governista sem partido definido, embora esteja hoje no UB) e Valdeci Oliveira (PT).

 
Talvez seja, por razões outras, também o caso de Giuseppe Riesgo. O único representante “puro” da direita e de sua extrema (sim, esse apoio, mesmo minoritário, não será recusado). Terá, se imagina, recursos do Novo (que agora passa a se utilizar do outrora vilipendiada verba do fundo eleitoral) e do Progressistas, que deverá oferecer militância maior e, claro, recursos financeiros.

 
A situação muda de figura em relação aos outros dois concorrentes de proa nesse embate eleitoral. Um deles, Paulo Burmann, antes de qualquer coisa, terá que ajeitar a própria casa, de resto pra lá de desestruturada. 


Sem unir minimamente o PDT, e há quem aposte que isso é por enquanto impossível, não terá chance alguma de enfrentar a batalha política. E, desde já (como inclusive já há quem queira), terá de se aliar subalternamente a outra postulação. Isso se, pela demora, não perder a chance da janela no trem eleitoral.

 
O outro, Beto Fantinel, que alguns entendem ser uma terceira força (via?), pode estar perdendo a chance de virar real concorrente. E por quê? O colunista, com mais de uma fonte bem situadas sobre as coisas do MDB, tem a informação que o alto comando estadual do partido não priorizaria Santa Maria na disputa de 2024.

 
Mais que isso: estaria definindo, além da Capital, apenas Pelotas, Canoas e Caxias do Sul, como primazias partidárias. Ah, e em aliança (sendo ou não a cabeça de chapa) com o PSDB, bisando a coligação que está no Palácio Piratini. 


E daí que até os recursos financeiros seriam escassos. Resumo da ópera: mantém-se os cinco concorrentes possíveis. Mas a confirmação? Melhor esperar. Há ainda muito a correr por baixo da ponte. E não água apenas.


Tudo a ver: a convenção tucana e a situação de Chaves e Decimo

A data não está definida. Mas será num dos finais de semana de agosto. O fato é que, depois de mais uma prorrogação determinada pela Executiva Nacional, o PSDB fará sua convenção municipal. Eleito em março de 2019 e com mandato ampliado em plena pandemia, João Chaves é o presidente do PSDB. Pode até continuar, mas é improvável.

 
Em todo caso, não parece ser essa a questão principal do tucanato local. Afinal, vem aí um processo eleitoral decisivo para o futuro próximo e o partido não tem candidato a prefeito. Mas como, perguntará o leitor, se a cada cinco palavras ditas por gente média e/ou graúda do PSDB, inclusive o prefeito Jorge Pozzobom, duas são (juntas) Rodrigo e Decimo.


Sim, é o vice-prefeito o preferido, prestigiado e preparado e tudo o mais, para representar o governo na disputa eleitoral do próximo ano.

 
O grande detalhe, porém, é que Decimo não é do PSDB. Sim, senhor. Eleito, na dobradinha com os tucanos, pelo falecido PSL, que, junto com o também desaparecido DEM, o vice automaticamente se transferiu automaticamente para o sucedâneo, o União Brasil.

 
Resumo da ópera: os tucanos não têm candidato a prefeito próprio. Apoiará e dará guarida a Decimo, independente da sigla que o abrigará. Mas é evidente que, inclusive por precaução política, o melhor seria (como disse um maioral ao site) se ele estivesse filiado ao PSDB.

 
Aí está a importância talvez crucial para a escolha da nova Executiva e, com ela, o presidente do tucanato santa-mariense a partir do final de agosto. Será, junto com Jorge Pozzobom (o líder inconteste da agremiação), quem papeará e decidirá, junto com Decimo, o que irá acontecer.

 
O colunista combina com o leitor: cá entre nós, é uma tarefa e tanto. Poderá redundar fácil. Ou não. Mas é pré-condição para definir 2024. E ponto.


PDT não dá indício de unidade e já começa a perder militantes

Não há qualquer indício de que o PDT santa-mariense esteja pacificado. Ao contrário, os grupos internos, e são pelo menos três – liderados pelo presidente Paulo Burmann (foto), pelo ex-presidente Marcelo Bisogno e pela vereadora Luci Duartes – têm se movimentado cada qual para seu lado.

 
Mais: há eventos políticos que contam com um ou outro ou dois, mas nunca os três, exceto, quem sabe, por representação. Enfim, todos os indícios apontam para um possível acordo para um unificado Diretório Municipal (em convenção que taaaalvez aconteça em agosto), mas encardida disputa pela Executiva.

 
Para quem acha desimportante isso, presta atenção: o colunista convive com vários pedetistas no cotidiano de suas atividades profissionais, tanto na internet, quanto na Rádio CDN ou na TV Diário. E eles se mostram desolados com a situação, para ser brando. 


Um, inclusive, que entrou no partido antes da eleição de 2020, está de saída. Seu futuro provável é o PT, convidado por Valdeci Oliveira.

 
É até possível que estejam juntos ali adiante. Mas o cenário hoje é desolador, observando de fora. Não custa imaginar a frustração de uns e outros. E sobra a pergunta: haverá tempo, disposição e ânimo para que o partido se una? A resposta, hoje, seria um rotundo não. Mas amanhã é outro dia, não?

Luneta

  • Boas intenções

Que se diga, o MDB santa-mariense, pelo menos do ponto de vista institucional, está agindo corretamente em no mínimo dois temas. Um deles é a governança. Decidiu, em reunião de seu Diretório, criar cinco comitês internos para melhorar a qualidade de sua estrutura de gestão. Eles tratarão de Diversidade, Juventude, Mulher, Meio Ambiente e Movimento Comunitário. Vai funcionar? Em pouco tempo se saberá.


  • Boas Intenções II

O segundo sinal repassado pela direção do MDB é a consulta a ser feita à Fundação Ulysses Guimarães, braço doutrinário da sigla, sobre cursos, ou algo semelhante, para qualificar os 22 futuros candidatos a vereador. É uma iniciativa que precisa ser aplaudida, ainda que se saiba que os parlamentares em geral se consideram “donos” do próprio mandato e, como regra, se lixam para as orientações partidárias.


  • Silêncio

Claro que faz parte da política. Negar, negar, negar. Ou ir para o meio tempo: não é a hora, por exemplo. O fato é que, oficialmente, ninguém do PT se manifesta sobre a candidatura de Valdeci Oliveira (foto) à prefeitura de Santa Maria. Tente extrair algo, igualmente, das pessoas mais próximas ao deputado e ex-presidente da Assembleia Legislativa. Nada dirão. É silêncio (quase) absoluto no petismo.


  •  Silêncio II

O fato de os dirigentes petistas, além do próprio Valdeci Oliveira, se encontrarem mudos, pode apostar, não significa que haverá alguma surpresa. Aliás, é muito improvável, para dizer o mínimo, que seja outro o concorrente à prefeitura. Por razões variadas, o deputado irá à disputa. Inclusive porque é o mais competitivo do partido, combinado com o fato de Santa Maria ser prioridade nacional do PT.

  • Para fechar!

Concorrente a prefeito municipal dificilmente terão em 2024. Deverão apoiar (ou não) alguma das candidaturas principais. No entanto, algumas siglas médias e/ou pequenas de Santa Maria tentam se qualificar para a disputa, no mínimo com nomes fortes para a Câmara. Exemplos mais eloquentes talvez sejam o PSB (que já tem dois vereadores) e o PSD, atualmente sem bancada no Legislativo.

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